segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O SEXO E OS BRASILEIROS: NÃO FAZEMOS O QUE FALAMOS E NÃO FALAMOS O QUE FAZEMOS!




Durante todo o ano de 2005, em parceria com a Prof.a Dr.a Cibele Santoro enquanto filiados a Universidade Mackenzie, conduzi uma pesquisa cujo título é “A Relação entre Pensamentos, Sentimentos e Comportamentos Sexuais de Risco em Jovens”. O objetivo deste trabalho era analisar quais os pensamentos e sentimentos dos jovens acerca do sexo, a percepção do que seriam os comportamentos sexuais de risco (para gravidez e DSTs) e os pensamentos e sentimentos relacionados a estes comportamentos, que aqui posso chamar de “inconsequentes”. Foi conduzida coleta de dados com 60 participantes com idade entre 18 e 25 anos, sendo 30 homens e 30 mulheres, que responderam um longo questionário sobre o tema, que incluía questões de tomada de decisão, perguntas sobre o sexo dos jovens em geral e sobre si mesmo.

Os resultados demonstraram uma diferenciação clara entre o falar sobre sexo e o fazer sexo. A experiência prática da maioria era pequena, mas a capacidade de falar sobre o tema, a noção de risco e o que é correto como atitude pareceu grande. Entretanto, na hora de avaliar a história sexual individual, esta não correspondia ao conhecimento do risco e de comportamento adequado. Relatando os dados de maneira informal, me pareceu que todos apresentavam um manual de instruções do sexo, mas que na hora da prática este ficava guardado no fundo da gaveta. Além disso, quando o jovem descrevia o comportamento de outros jovens, o relato era mais fiel a realidade, enquanto quando sobre si mesmo, os comportamentos de risco vinham amenizados e em menor freqüência. Este último dado foi relacionado a possíveis punições ao falar abertamente sobre o tema, o que na época da pesquisa era uma conseqüência social freqüente.

Neste domingo, 21 de fevereiro, o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa, realizada pela última vez há 12 anos, sobre a sexualidade dos brasileiros em geral. Os dados são muitos, trago resumidamente os principais e comento cada tópico, que renderiam uma boa discussão ou um texto cada um:

LIBERADOS E ABERTOS A EXPERIÊNCIAS SÃO OS OUTROS

Os dados: Há descompasso entre a idéia que os pesquisados fazem do povo brasileiro e a imagem que têm de si mesmos em relação à sexualidade. Na visão de 45% dos entrevistados pelo Datafolha, os brasileiros, do ponto de vista sexual, são "totalmente liberados, abertos a qualquer experiência". Já 37% acham que, embora liberadas, as pessoas no Brasil fazem restrições a algumas experiências. Curiosamente, quando os entrevistados respondem sobre eles mesmos, apenas 24% se classificam como totalmente liberados - ao passo que 42% declaram ter restrições.

Comentário: Há uma discrepância no que definimos o padrão brasileiro de sexualidade e o que fazemos no sexo. Muitas outras culturas são mais liberais com a sexualidade, enquanto nos descrevemos dessa forma e agimos com certo receio. Concordo com Contardo Calligaris, psicanalista, sobre estes resultados: "Andar de sunga e rebolar quando toca um samba é cultura de praia; não é liberdade sexual"

PREGUIÇA DE FAZER SEXO OU SINAL DE LIBERTAÇÃO?

Os dados: No momento da pesquisa 23% estavam havia 8 meses sem sexo. A maior parte está na faixa de 35 a 60 anos. "O número não me espanta. Ao contrário, acredito que, na vida real, possa ser maior", diz Calligaris. Ele também não estranha que 23% dos "sem-transa" sejam casados. "Podemos morar com um parceiro ou parceira charmosíssimos, ficar nos acalentando, dormir juntinhos... mas transa é algo que precisa ser cultivado. E cultivar o desejo de transar é cultivar fantasias. Quem tem certa preguiça para isso acaba transando menos."

Comentário: Alguém duvida que a preguiça seja um dos grandes males de nós brasileiros? O Carnaval talvez termine em março!

BRASILEIROS SOLTAM A LÍNGUA

Os dados: Ficou mais fácil falar de sexo, só que essa "naturalidade" traz também a obsessão com performance, nova medida de todas as coisas. A comparação da mais recente pesquisa Datafolha sobre a sexualidade do brasileiro com sua versão anterior, de 1997, mostra que, ao longo desses 12 anos - um período curto em escala histórica-, não houve grandes reviravoltas. O traço mais marcante é que as pessoas passaram a discutir o sexo com maior desembaraço.

Houve uma notável queda na proporção dos que se recusaram a responder a alguma pergunta. Um exemplo: em 1997, 23% haviam se negado a revelar com quantos anos tiveram sua primeira relação sexual; em 2009, esse número se reduziu para apenas 4%.

Essa chave interpretativa ajuda a explicar vários aspectos da pesquisa. Um bom exemplo é o salto de 15% para 41% na fatia dos que alegam que suas relações sexuais duram entre 30 minutos e uma hora. Outro é o aumento de 18 pontos percentuais na proporção dos que afirmam sempre atingir o orgasmo, em que pese a grande diferença observada nas declarações de homens (76%) e mulheres (39%)nesse quesito.

Comentário: A reflexão dos pesquisadores basta: “O problema com essa excessiva medicalização do sexo é que ela esconde a importância antropológica de uma moral sexual, qualquer que seja o seu conteúdo. Desde que o ser humano no curso de sua evolução abandonou o ciclo biológico do cio, a cultura substituiu a fisiologia na regulação do sexo. E é no mínimo irrealista imaginar que possamos viver com pouco ou nenhum tipo de limite”.

HÁ UM ABISMO ENTRE O DISCURSO E A AÇÃO

Os dados: O fato de as pessoas discutirem mais o sexo não é garantia de que estejam falando a verdade. Há um abismo entre as práticas sexuais e aquilo que se declara numa pesquisa, mesmo anônima como esta.

Comentário: Embora pesquisas deste porte sejam bem formuladas estatisticamente e com resultados confiáveis que consideram margens de erro, na pesquisa conduzida por mim com jovens, essa ausência de correspondência entre o relato e o fato já era facilmente detectada. Analistas do Comportamento tem se dedicado a este fenômeno comportamental em uma área de estudo chamada Correspondência entre Comportamento Verbal e Não Verbal. As conseqüências para o mundo (físico e social) do falar e do fazer são diferentes e retroagem sobre o indivíduo de formas diferentes, aumentando a probabilidade de fazer e não relatar ou não fazer e relatar, por exemplo, a depender do contexto.

O TABU DA MASTURBAÇÃO RESISTE

Os dados: Sessenta por cento da população do país não se masturba. A maioria dos brasileiros pesquisados reconhece que a prática é "saudável e humana", mas não a admite, na hora de preencher o questionário sobre os próprios costumes. As mulheres elevam a taxa da população brasileira que supostamente não se toca: 78% disseram não ter o hábito. Entre os homens, metade afirmou ter o hábito.

Comentário: Masturbação em um país predominantemente cristão (de maioria católica) ainda é tema indiscutível. O resultado soa inacreditável. Maioria diz que se masturbar é "saudável e natural", mas não assume a prática, pra lá de comum na intimidade; a dificuldade com o tema é mais gritante entre as mulheres. Retomando a explicação analítico-comportamental do comentário anterior: dizer que masturbação é algo humano e natural não é sinal de que o faço como algo humano e natural.

ELES E ELAS MENTEM SOBRE O NÚMERO DE PARCEIROS

Os dados: Não que seja da conta de alguém, mas, em média, a brasileira já teve relações sexuais com 3,9 pessoas. Entre os homens, a média vai a 20,3. Em termos de quantidade de parceiros, o contraste entre homem e mulher continua alto. Enquanto 32% delas afirmaram que tiveram relações com uma só pessoa em toda a sua vida, 34% deles disseram ter feito sexo com mais de dez, até o momento da pesquisa.

Comentário: Realmente as mulheres diminuem o total e os homens exageram na conta! Apesar do grito contra o machismo já está até ficando velho, muita coisa parece funcionar de acordo com essas “regras”, pelo menos no âmbito individual.

ELES TAMBÉM FINGEM PRAZER...

...e elas dão mais importância ao próprio prazer; devagar, comportamentos sexuais dos dois gêneros se aproximam.

Os dados: A minoria insatisfeita diminuiu, pelo menos na pesquisa. Doze anos atrás, 46% dos brasileiros diziam ter orgasmos "sempre". Agora, mais da metade da população cravou essa resposta. Daí a concluir que o prazer no país vai bem obrigado há uma distância. A mesma que separa a mulher do homem, quando o tema é sexo. É o homem, claro, quem levanta a média do gozo líquido e certo, em todo ato sexual: 76% deles compareceram com o categórico "sempre". Entre elas, 39%. Os resultados da pesquisa reforçam que o muro entre homem e mulher está se dissolvendo. Um sinal disso, para todos os especialistas aqui, é o novo interesse masculino no prazer feminino: o medo de não satisfazer a parceira atormenta 56% dos pesquisados. Regina Navarro Lins, psicanalista, comenta: "O homem quer trocar, começa a se livrar dos mitos das masculinidade. E a mulher começa a separar amor e sexo, o que é essencial.

Comentário: Difícil discordar de que os papéis masculinos e femininos têm mudado bastante, temos as configurações das famílias atuais profundamente diferentes de gerações anteriores como prova irrefutável. A mudança parece positiva, embora tenha até publicado crônica [Pegadoras] dizendo que as mulheres passaram da medida, se igualando ao machismo, penso que a próxima tendência é para um equilíbrio.

ENTRE O ARMÁRIO E O PRECONCEITO

Os dados: Só 2% dos brasileiros se declaram homossexuais; estudos mostram que esse grupo já representa até 12% da população mundial. Isso ajuda a entender porque somente 2% dos 1.888 entrevistados pelo Datafolha declararam-se gays. A pesquisa foi realizada em 125 municípios de 25 Estados com homens e mulheres entre 18 e 60 anos e tem margem de erro de 2%. Estudos internacionais indicam que, na média, a população gay varia de 7% a 12% do total.

Comentário: Ficar no armário é a estratégia de sobrevivência da maioria dos gays. Quando se descobrem diferentes, eles costumam isolar-se da família e, muitas vezes, passam a representar um papel "heterossexual". De qualquer forma, tal conduta sempre é acompanhada por sofrimento e sentimento de rejeição, mesmo que muitos se adaptem a todas as questões impostas.

PESQUISA NEGA MITO DA PROMISCUIDADE

Os dados: Gays carregam a pecha de transar mais e com mais parceiros que os heterossexuais. Mas eles são mais promíscuos? Pesquisa Datafolha revela que, em termos de frequência sexual, gays e héteros têm, praticamente, o mesmo perfil. Considerando margem de erro e amostragem, o resultado é um "empate técnico". Douglas Drumond diz que o fato de gays terem mais parceiros não deve ser visto como algo negativo". "Gay ou hétero, o homem é mais sexualizado." Para o antropólogo Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, o mito da promiscuidade gay é herança histórica sem fundamento. ""A destruição de Sodoma e Gomorra teria sido uma consequência das práticas sexuais naquelas cidades, em que a homossexualidade era livre."

Comentário: Nada como uma pesquisa para desmistificar o que é repetido e que não necessariamente corresponde a realidade.

ASSEXUADOS NUM PAÍS SENSUAL

Os dados: Eles também começam a sair do armário. De um armário comportadíssimo. Autodenominados "assexuais", homens e mulheres têm usado a internet para defender a liberdade de, simplesmente, não fazer sexo. Segundo o Datafolha, 5% dos rapazes de 18 a 24 anos declaram não ter interesse em sexo. Os números também consolaram a auxiliar administrativa Eva Nilda, 42. Ao saber que 11% das mulheres na sua faixa etária disseram não ter interesse em sexo, arriscou: "Deve ser normal, né?" Nilda manteve-se virgem até os 39 anos. Como sonha ter um filho, resolveu, mesmo sem vontade, transar com um namorado. "Forcei a barra e me arrependi. Estou casada, mas não gosto de sexo."

Comentário: Os dados da pesquisa demonstram que ainda temos muito a aprender com a sexualidade, ou melhor, sobre a individualidade na prática sexual. Vale notar que o espaço para expressar “não faço e não tenho vontade de sexo” só começa a surgir agora. Além disso, para os praticantes que torceram o nariz e pensaram que “são pessoas mal resolvidas e infelizes”, não é necessariamente verdade, pois só é considerado distúrbio quando gera sofrimento.

AMIZADE COLORIDA, O RETORNO

Os dados: Quase um em cada cinco jovens entrevistados pelo Datafolha disse ter tido a primeira experiência sexual com um amigo ou amiga. É a volta da "amizade colorida", mostrada na pesquisa e confirmada por quem lida com sexualidade jovem. "A tranquilidade em falar sobre sexo motivou os jovens, nas últimas décadas, a trocar profissionais do sexo por namorados, e mesmo por amigos", diz o psiquiatra e colunista do Folhateen Jairo Bouer.

Comentário: Em se tratando de iniciação sexual, a afetividade é um componente importantíssimo. Considerando que este tipo de relação entre amigos tende a envolver mais afeto do que a relação paga a um profissional, podemos considerar um comportamento mais ajustado.

SERÁ QUE FOI RUIM PRA VOCÊ?

Os dados: O maior temor do brasileiro é o de não satisfazer o parceiro. É um medo que nivela homens e mulheres, casados e solteiros, moradores de todas as regiões, de diferentes idades, níveis socioeconômicos e escolaridades. Mas a grande novidade é essa igualdade entre os gêneros, em termos de "neura" sexual. O temor de não dar prazer à parceira já atormenta 56% dos homens.

Comentário: Estar sob controle do comportamento do parceiro, se preocupar com seu sentimento e prazer é o caminho para uma vida sexual satisfatória.

PARES JOVENS ABREM MÃO DA VIDA SEXUAL

Os dados: O que está por trás dos acordos conjugais que excluem intimidade? Uma parcela de 10% dos casados declarou que não faz sexo. A maioria está na faixa entre 45 e 60 anos, a mais vulnerável aos problemas fisiológicos que incidem sobre a vida sexual. Até aqui, sem surpresas. Mas uma parte significativa dos casados sem sexo (35%) são bem mais jovens: 19% têm entre 25 a 34 anos e 16%, têm de 35 a 44 anos. Problemas relacionados à menopausa e ao declínio da função erétil no homem, além da perda de interesse entre os parceiros pelo desgaste de uma relação antiga, estão comumente associados aos casamentos sem sexo.

Comentário: Concordo ipsis litteris com a sexóloga Regina Navarro Lins, que diz "É besteira isso de 'usar a criatividade' para resgatar o desejo no casamento. É o desejo que gera criatividade, não o contrário. Não adianta forçar".

SER FIEL É ESSENCIAL. MAS O QUE É TRAIR?

Os dados: Embora metade das pessoas creia que casamento aberto não dá certo, porcentagens significativas de homens (41%) e mulheres (39%) discordam. E 40% propõem um alargamento dos limites, ao afirmar que sexo virtual não é traição. Os resultados mostram empate técnico entre quem acha o sexo virtual uma forma de infidelidade e quem acha que não.

Comentário: Brasileiros e brasileiras acham a “fidelidade muito importante no relacionamento”. Daí a saber onde ela começa e termina é outra história. Se os comportamentos conjugais de homens e mulheres vêm mudando, o acesso a tecnologia, as jornadas longas de trabalho, a comunicação fluída e o mundo virtual possibilitam muitas formas de infidelidade pouco claras e conhecidas para que haja consenso neste quesito.

SOBRA SEXO NO IMAGINÁRIO E FALTA NA VIDA

Os dados: Talvez não seja impossível ser feliz sozinho, nem o amor seja mais tão fundamental assim. Tom Jobim escreveu os famosos versos de "Wave" (""fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho") em 1967, na aurora da revolução sexual. Depois, vieram a pílula e a lei do divórcio; a moral afetiva e sexual liberalizou-se. Nesse ambiente menos reprimido, era de se esperar que homens e mulheres adultos e livres tivessem mais oportunidades de fazer sexo. Será? Nem tanto: o número de brasileiros sem parceiro fixo chega a 28%, diz o Datafolha. Mais: 23% dos entrevistados não tinham mantido nenhuma relação sexual entre janeiro e setembro de 2009. Há sexo demais no imaginário e menos na vida das pessoas.

Comentário: Não é preciso muita experiência clínica como psicólogo para descobrir que a vida íntima de brasileiros sem parceiro fixo não é assim aquela loucura que se poderia esperar. Realmente somos bons em pensar e falar sobre sexo, na hora de fazer a realidade é outra.

O PÊNIS DO VIZINHO É SEMPRE MAIOR...

...mas a maioria se diz satisfeita com as medidas do seu órgão

Os dados: Vamos direto ao que interessa: é 14 cm a média nacional do pinto duro -e 9,5 cm a do pinto mole. Isso em se tratando do comprimento. No caso da circunferência, situa-se o dito-cujo em 12 cm quando ereto - e em 9,3 cm quando triste. (Agora, enquanto o leitorado macho corre atrás de uma fita métrica, pausa para uma pequena digressão.) Símbolo de poder em várias culturas - inclusive na ocidental e na brasileira-, o tamanho do pênis é um assunto inesgotável nas mesas de bar e nos divãs de psicanalistas. E está sempre acompanhado de desinformação e polêmica. Pois o pobre brasileiro tem complexo de inferioridade: 50% acham que o normal deve ser superior a 15 cm, alcançando dimensões siderais acima até de 20 cm.

Mas, mesmo achando que o do vizinho é maior, o homem brasileiro surpreendentemente se declara (65% dos entrevistados pelo Datafolha) "totalmente satisfeito" com suas dimensões. É a famosa inveja do pênis - só que às avessas.

Comentário: Mais uma “regra” ou “preocupação” que não é o mais relevante para a satisfação sexual.

EM LUGAR PÚBLICO É MELHOR?

Os dados: Por aqui, entre as opções de fantasias apresentadas aos entrevistados, a campeã é transar em locais públicos abertos, assumida por 35%, empatada com transar em locais públicos fechados (34%). A maioria dos homens brasileiros fantasia com duas ou mais mulheres. Já a principal fantasia revelada por elas é transar amarrada, vendada ou amordaçada. Mas a maioria nega ter qualquer dos devaneios sexuais apresentados na pesquisa.

Comentário: Estamos distantes de se livrar das conseqüências aversivas em falar abertamente sobre o assunto, mas sobretudo de fantasias e devaneios. Contar a própria fantasia significa revelar algo que vai contra a autoimagem, daí a resistência da maioria. Trocando em miúdo, até as fantasias revelamos a socialmente aceita, mesmo que não seja a que mais tenho vontade de realizar. Fantasias e devaneios são atividades humanas saudáveis, estreitamente ligadas à criatividade e a solução de problemas.

UMA CONCLUSÃO

Os dados obtidos na minha pesquisa de 2005 vão de encontro com os resultados do Datafolha, demonstrando que as características daquele grupo de jovens podem ser generalizadas na população brasileira em geral, especialmente no que tange a questão de não fazermos o que falamos e não falarmos o que fazemos quando o assunto é sexo!

TRAZER O TEMA A TONA É A RELEVÂNCIA PRIMÁRIA DE PESQUISAS COMO ESSA. MAIS QUE ISSO, OS RESULTADOS QUESTIONAM GRANDES INVERDADES QUE SÃO PROPAGADAS NO COTIDIANO. É PRECISO REVÊ-LAS, NÃO APENAS PARA FALARMOS SOMENTE AS VERDADES QUE REPRESENTEM A MAIORIA, MAS PARA QUE O SEXO DEIXE DE SER UMA GRANDE FONTE DE SOFRIMENTO HUMANO. DESCOMPLICAR O SEXO NÃO SIGNIFICA PROMOVER A PRÁTICA SEXUAL EXCESSIVA, MAS DISSEMINAR A ACEITAÇÃO DO INDIVÍDUO PARA COM O SEU CORPO E SEUS SENTIMENTOS.

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