sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O que eu espero da psicoterapia?

Espero que ela me ajude a organizar o que estou, sob a forma de autoconhecimento.

Espero que ela não me deixe passar por situações importantes sem parar pra olhá-las.

Espero que me mostre mais uma perspectiva naquilo que eu acabei de relatar, que nada mais é que um único ponto de vista.

Espero que exercite minha competência em mudar as estratégias, sobretudo aquelas que não têm tido o resultado esperado.

Espero que a minha relação com o terapeuta seja natural, mas não como qualquer outra.

Que permita a minha expressão sem me preocupar com a reação do ouvinte.

Que possa me ajudar a entender os caminhos percorridos em minha história de vida,

E que esteja presente comigo construindo o futuro.

Porque quem faz terapia, acredita na capacidade de mudança.

E descobre que tem coisas que só se aprende quando se está em terapia.









29/01/2010

O Lugar do Terapeuta

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

À Carpinejar

Ela gosta das verdades do amor

Porque encontra nelas o que é comum nos relacionamentos.

Descobre que nos é permitido apenas “felicidade à vista”, vivida no ato.

Que o amor precisa mais de exalação do que de inspiração.

Então ela dá sentido ao que vive: “a paixão é o medo de se perder; o amor é o medo de perdê-lo”.

Percebe então que as palavras não ditas a deixam nervosa.

E se acalma com as doses de verdade em letras e espaços.

Desvenda que “o amor é não pedir segredo e ser todo guardado”.

É-lhe dito que “o pessimista no amor não é o que pensa que a relação pode acabar, e sim aquele que pensa que a relação nunca existiu”.

Revelado que “amor é quando a gente conta o que está acontecendo para todo mundo e o segredo nunca se esgota”.

E que “o verdadeiro amor platônico começa depois da transa”.

O que a leva a concluir que “costumamos chamar de amor o que a gente já conhece, mas que ele é o que não sabemos”.

Porém, e se ela vier a acreditar que não pode vivê-lo?

É porque não aceita que o amor que ele pode lhe dar não é o que ela espera.

Mas, enfim, ela suspira aliviada ao ler:

“No amor, em algum momento, você terá que ser ingênuo e acreditar. Terá que largar uma vida, refazer sua vida. Terá que abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado. Terá que ser incoerente, contradizer fundamentos inegociáveis. Terá que rasgar a certidão negativa, a proteção bancária, os manifestos de aversão ao casamento e filhos”.

E a pergunta que não quer calar:

Esta ela à Carpinejar?

-oOo-

Entre aspas aforismos de autoria de Fabrício Carpinejar extraídos de seu Blog e Twitter [carpinejar.blogspot.com][twitter.com/CARPINEJAR].






21.01.2010


domingo, 17 de janeiro de 2010

Domingo-Feira

Domingo definitivamente é dia da feira. Qualquer cidade que se preze tem feira aos domingos. E resta alguma dúvida de que a feira é um lugar excelente para observar comportamentos?

A feira é descendente do escambo, a famosa troca de mercadorias que foi forma dominante de comércio nalgum lugar de nossa história. Se você quer realmente conhecer uma cidade, conheça a sua feira, ela dará a ficha completa: alimentos típicos, formas de preparo, pessoas e hábitos, poder aquisitivo e distribuição de renda, oportunidade de conversar e interagir.

O comum entre todas é que começam cedo, antes do sol raiar, mas os melhores preços são os do fim da feira, o que ocorre geralmente pouco depois do meio dia e é conhecido no Brasil como hora da xepa. No sul é chamado de guimba.

A feira é como o samba, tem o dom de agregar pessoas de todas as classes sociais. As crianças contam moedas, os adultos choram o desconto. Quem resiste ao produto trazido direto do produtor, recém colhido e fresco?

Costumava freqüentar a feira da Rua João Guimarães Rosa, travessa da Consolação e da Augusta, a um quarteirão de minha casa em São Paulo. Aproveitava o Minhocão interditado para pedestres e ciclistas pra dar uma volta e ia à feira. O bacalhau fresco era uma das opções que levava pro almoço. Há uma semelhança entre o trânsito das ruas e das feiras em São Paulo: a concorrência entre carrinhos é grande, e a pressa é companheira até na hora da feira. Os feirantes gritam para atrair os fregueses, alguns até se posicionam à frente da barraca oferecendo degustação seguida de um “não vai levar mesmo?”.

Hoje vou à da Rua Pernambuco, em Mococa. Também muito freqüentada, tem produtores que vendem seus cultivos apenas aos domingos. Não se houve gritos dos feirantes, apenas o burburinho das vendas e conversas. A comida típica é uma das partes mais interessantes de qualquer feira. Hoje assisti a uma senhora montando as pamonhas com queijo e cozinhando na hora e fiquei até agradecido em ficar na fila, pois vi a feitura antes de trazê-la pra casa. O pastel é um clássico da feira, geralmente cada um tem a sua barraca preferida. É impossível sair com poucas sacolas, mesmo com pouco dinheiro.

Engana-se quem pensa que apenas comida é vendida na feira. Quem não se importa com a pirataria volta pra casa cheio dos filmes inéditos, roupas, tênis e sapatos. Pode-se esolher mudas diversas, galinhas vivas, apetrechos de cozinha, brinquedos e até pen drive e MP3 player.

Indico que procure a mais próxima e freqüente aos domingos. Dá até pra paquerar na feira!

Uma dica: percorra todas as barracas até última e faça as comprar na volta, assim não corre o risco de achar mais barato ou de melhor qualidade depois que já comprou.





17.01.2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Tribunal do Júri: in dubio pro reo ou in dubio pro societate?


Sala ampla com móveis de madeira maciça. Púlpitos diversos para acomodar juiz, promotora, escrivã, advogados de defesa e lugar para sete jurados escolhidos entre vinte e um convocados para o sorteio. Um entalhe logo abaixo do juiz, a balança, símbolo da justiça.

A sessão inicia-se com o pedido de entrada do réu escoltado para o sorteio do júri. O juiz faz a lista de chamada para os jurados convocados, dos presentes sorteia um e submete à aceitação da promotoria e da defesa até que sete tenham sido aprovados. Os demais estão dispensados, ao passo que os sete não tem hora pra sair, devem permanecer isolados e incomunicáveis até o final da sessão. Está composto o Júri formado por pessoas da sociedade e que julgará o crime doloso, entenda-se intencional, contra a vida.

Lugares ocupados, os jurados recebem a sentença de pronúncia, que pode ser entendida como os relatos dos fatos ocorridos colhidos em diferentes momentos entremeados pelas análises do juiz que se pronuncia e pede uma avaliação do júri para um possível crime. A sentença nada mais é que o magistrado dizendo o que sente. Sendo o crime de competência do juiz e estando ele em dúvida, deverá absolver o réu diante da máxima in dubio pro reo (em dúvida, a favor do réu). Com base na doutrina e na jurisprudência, na fase de pronúncia vigora o princípio in dubio pro societate (na dúvida, em favor da sociedade). Sob este enfoque, quando encaminhado ao colégio popular, somente a prova descontaminada de dúvidas em favor do réu poderia impedir sua condenação, ou seja, absolvê-lo.

A sentença de pronúncia satisfaz os detalhistas:

“Denunciados como incisos nas penas do Artigo 978, § único do Código Penal, artigo 14, inciso III, IV e V da lei 77.257/00. (...) Narra a denúncia que no dia 25 de junho de 2007. (...) Consta da denúncia que o réu estava acompanhado por (...). Em consonância com a denúncia foram encontrados dois revólveres (...). Os acusados dizem (...). Os defensores dos acusados alegam (...)”. Tudo recheado de depoimentos diversos, por vezes contraditórios, provas colhidas e analisadas. Conclui então “O acusado está sendo submetido a julgamento perante o tribunal do júri em razão de crime a ele imputado (...)”.

O juiz chama o réu para que sente a sua frente e pergunta o nome, alguns dados pessoais e faz perguntas como: o que aconteceu na noite do dia 25 de junho de 2007? Conhecia os demais presentes? O que foram fazer naquela cidade? Qual a razão de parar naquela praça? Todas as questões têm respostas evasivas, com o objetivo de evitar comprometimentos. O juiz oferece a palavra ao colégio popular e à promotora, mas ambos decidem não fazer mais perguntas.

- Você quer dizer mais alguma coisa? – pergunta o juiz.

- Sou inocente – economiza o réu.

O juiz solicita a promotora para defender o direito coletivo através de sua denúncia. O trabalho do promotor é de promover o ocorrido de forma a fundamentar uma culpabilidade evidente de forma que convença o júri. Uma boa dose de persuasão é necessária, todavia pode soar como exagero ou cinismo, tendo em vista que insiste em outra direção que não a do discurso defensivo monossilábico do réu. Seu desafio é utilizar-se dos dados (depoimentos e provas) de forma clara e precisa provando a ocorrência do crime. Assim, estará fazendo seu papel de representante do Estado perante o juiz.

Este último passa a palavra para a defensoria, mas não antes da pausa para o almoço. Todos, com exceção do réu, dirigem-se para o refeitório. Jurados não devem proferir uma palavra sequer sobre o caso. Após almoço, repouso pós-prandial e café, todos retornam e o juiz retoma passando a palavra à defesa.

Parece mais nobre defender ao invés de acusar, entretanto, a depender do crime cometido, fica difícil o convencimento da justificativa para uma absolvição. Nestas situações, o advogado de defesa sai à caça de possíveis lacunas na lei criminal para abonar qualquer diminuição de responsabilidade e, portanto, de pena.

Quando terminado a defesa, oferece-se a réplica para a procuradora e a tréplica à defesa, ambas podem ser recusadas. Aos jurados o juiz pergunta se sentem-se capazes de julgar o caso, dispensa o réu e todos vão para a sala secreta. Bem, a sala não é nem um pouco secreta, fica atrás da tribuna. O que é secreto é o voto de cada um dos sete componentes. O juiz expõe as assertivas que deverão ser respondidas com sim ou não. As respostas são recolhidas em um saco preto e a outra descartada em outro saco. Com quatro respostas define-se a culpa ou não na contagem dos votos para cada critério. Terminada a sessão, o juiz retira-se para elaborar a sentença.

A sentença é um relatório que revela a argumentação do juiz. No Brasil o juiz é livre para decidir, desde que o faça em consonância com as provas dos autos e fundamente sua decisão, o que é chamado de princípio de persuasão racional.

O réu é chamado e volta à frente do juiz, que pede que todos fiquem de pé para a leitura da sentença, condenatória ou não.

Animus necandi é a expressão em latim que significa intenção de matar e animus laedendi significa intenção de ferir. Após a senteça, a verdade está consumada pelo julgamento, a despeito de qualquer questão subjetiva. O réu pode recorrer a instâncias superiores, mas só o faz quando não se conforma com a sentença, quando não perde nada em recorrer ou quando quer ganhar tempo.

Julgado e condenado.

Julgado e absolvido.






16/01/2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Medida

Acordar cedo demais arrasta o fim do dia, e aumenta a produtividade pela manhã.

Água em excesso deixa o café fraco, em pequena quantidade o deixa forte.

Falar demais é o melhor caminho para não ser ouvido, calar demais é ser passivo na comunicação.

Arroz com muita água fica empapado, com pouca fica duro.

De leve o frio refresca, em demasia resseca.

De longe o fogo ilumina, de perto queima.

Escrever forte demais marca as folhas seguintes do caderno, muito de leve fica ilegível.

Um barulhinho é bom, persistente torna-se confusão.

Um pouco de bagunça é parte do produzir, um tanto dela é uma balbúrdia.

Alguns quilos é sobrepeso, dezenas de quilos obesidade mórbida.

Um pouco de idéias, criatividade. Pensamento excessivo sem prática, ilusão.

Algumas pessoas formam uma fila, muitas delas uma aglomeração.

Vivemos buscando a medida certa.

E a melhor medida é aquela que cabe todo conteúdo.





08.01.2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

Camadas de Tinta II

Aquela não era a única porta com excesso de tinta, havia outra. Constatação importante: ela não tinha chave. Não é sabido quando deixou de ter aquilo que lhe permite a autoridade da porta. Uma porta sem chave é como um deficiente físico, por mais que supere suas dificuldades e continue na batalha, não recupera o que foi perdido.

O trinco da fechadura não encaixava no seu respectivo buraco no batente. A porta estava totalmente vulnerável, qualquer vento era capaz de levá-la. E sem chave para trancar. Diferentemente da outra, chegava a fechar, mas não com o trinco. Alguns excessos de tinta estavam atrapalhando o encaixe. Lixa, estilete e furadeira foram necessários para remover as camadas de tinta indesejadas em pontos específicos. Agora o trinco se encaixa, mantendo-a fechada quando necessário.

Por mais boa vontade que se tenha, ela continuará sendo uma porta sem chave. Talvez precisem trocá-la por uma com chave, ou trocam a fechadura ou toda a porta. Trocar de fechadura para uma porta é o equivalente a um transplante de coração. Há risco de rejeição e de óbito, mas reza-se para dar certo.

Que satisfação em ver que as portas podem ser fechadas! E abertas!

02.01.2010


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Receita de Crônica

Receita de Crônica

1 punhado de aforismos

400 g de idéias

200 g de argumentos

1 colher de açúcar

2 colheres de sal

Pitadas de poesia

Modo de Preparo

Separe um punhado de aforismos. Selecione um deles para ser ponto de partida. Agora retire o pacote de idéias da embalagem, mas não se esqueça de separar aquelas que se relacionam e fundamentam a idéia central, a saber, do aforismo selecionado.

Separados tais ingredientes, é preciso por a mão na massa. Encadeie as idéias, descrições, definições e pensamentos de forma que fiquem bem misturados. Toda massa precisa ser sovada, esta é a parte árdua. Não tenha medo de recomeçar, reescrever e apagar. É possível desistir de usar alguns dos ingredientes no meio do preparo.

Deixe a massa descansando por 30 minutos. Agora, analise o resultado da fermentação, verificando a qualidade do produto após o tempo de descanso. Experimente e ajuste com pitadas de sal e de açúcar, a depender do recheio escolhido.

Prepare a montagem e intercale camadas de massa e recheio, colocando as pitadas de poesia, que darão um toque especial para o degustador, no caso o leitor. Na hora de decorar o prato, verifique o paladar das palavras ao saborear com o ouvido. Cada prato é único, mesmo que a receita se repita, portanto, merece um título a cada preparo. Dê-o.

Dois mil [2000] e dez [10]

Momentos de término e início marcam nossas vidas. São passagens, ciclos, períodos que chegam ao fim. Geralmente temos comportamentos peculiares nestes tempos, aqueles que são comumente chamados de rituais. A festa de ano novo é um destes rituais, em que se busca criar expectativas positivas para criar perspectivas, mesmo que prosaicas.

Nossas atitudes mostram aquilo que somos. Está instituída a Lei que rege (ou justifica) nossos comportamentos. No ano novo, elencamos uma série de Resoluções que devem ser empregadas o mais breve possível. São aquelas mudanças que queremos por em prática, os novos comportamentos que devem estar presentes a partir de então e os outros comportamentos que devem entrar em extinção. Porém, esquecemos que a contravenção, ou tecnicamente o contracontrole, são comportamentos humanos. Resoluções bem planejadas e realistas têm maior probabilidade de dar certo. Saber o quanto razoável é a nossa resolução faz-se importante, conte a sua (ou as suas) para um amigo.

Faça um pedido com a vela acesa e peça Coragem.

É possível encarar cada dia que começa como um desafio a enfrentar.

Todo desafio exige coragem.

Coragem para não se esquivar de resolver aquilo que surge.

Coragem para respeitar seus próprios sentimentos e o das outras pessoas.

Coragem para propor mudanças onde tudo está parado demais.

Coragem para buscar o autoconhecimento.

Coragem de dizer não ao que não vale à pena.

Coragem de dizer sim a vida!

Hoje começa um ano com 2000 motivos para querer viver e 10 possíveis maneiras de agir diante do que surgir!





01.01.2010

Título: Atento.
Material: Giz pastel sobre papel Canson.
Tamanho: A4.

Arquivo de Aforismos

  1. Depois de aprender a usar a linguagem, é necessário aprender a usar o silêncio para se comunicar.
  2. Quem não tem história de vida consistente não é capaz de atingir objetivos com os outros.
  3. Investimos anos em formação intelectual para chegar o dia em que começaremos a frase com a primeira pessoa.
  4. Nunca duvide da capacidade de mudança de um indivíduo com histórico de grandes transformações.
  5. Palavras não bastam. Necessárias são as ações.
  6. Sua coragem não é medida somente pelo quanto você se expõe, mas também pelo quanto se preserva.
  7. Findam-se as poesias e as metáforas, ficam os fatos.
  8. A pergunta que não quer calar: o gelo no fogo vai queimar?
  9. O amor que tem como cartaz a liberdade vende ingresso para o melhor lugar na platéia da prisão.
  10. O desafio é aceitar que o que era bom demais para ser verdade continua sendo bom demais para ser verdade.
  11. O amor é a arte de se entregar. Eu me entrego roubando!
  12. Prefiro a conduta daquele que erra feio no começo mas que se reorienta para o objetivo adequado àquele que se mantém na conduta mediana sempre.
  13. A reconciliação precisa sim de um único motivo: que de fato o amor não tenha morrido!
  14. Alguns escritores são excelentes para formular perguntas. Sou do grupo que responde, mesmo que a resposta tenha validade e que precise ser atualizada mais adiante.
  15. Cruzo as pernas porque elas insistem em querer ficar para cima. Como não podem, se revezam nas posições.
  16. A curiosidade acaba cedo não porque encontrou a verdade, mas porque se deparou com a resposta que tanto esperava.
  17. Gosto da brisa que sopra no meu rosto e me dá sensação de liberdade, que depois se torna vendaval, bagunça os cabelos e leva as folhas. De repente tudo pára. Fica a emoção.
  18. Na hora de por fim aos problemas, é preciso tomar cuidado, senão pode cortar o que é destoante e promissor ao invés do que amarra e precisa ser mudado.
  19. Sempre há alguém que queira.
  20. Os filhos demonstram aos pais o quanto eles juntaram os seus melhores e os seus piores.
  21. Não tenho paciência para fazer o papel de ensinar o que é bom senso.
  22. A amizade que não espera e vê uma defesa quando alguém maldiz, mostra o quanto é valiosa.
  23. A linha reta deixa de ser virtude quando o escritor busca nas tortuosidades da vida humana suas inspirações.
  24. Não adianta implicar com minha agonia, ela é um estado que quando instala, pra passar demora.
  25. Prefiro ter fama de louco, a ter fama de bobo.
  26. Esse excesso de autoconfiança me assusta.
  27. Transformar a insatisfação em satisfação dá trabalho, mas vale à pena.
  28. Não faço duas coisas ao mesmo tempo. Faço pelo menos três.
  29. Como é triste ver alguém desistindo de uma baliza. Não soube se colocar...
  30. Tem livros que não termino. A certa altura deixo-os de lado, como numa conversa em que saio andando e deixo a pessoa falando.
  31. Uma análise sempre é um julgamento.
  32. Você não foi capaz de sustentar o que foi capaz de conquistar.
  33. Raiva, força e porta não devem estar na mesma atitude.
  34. Somos capazes de desrespeitar nosso próprio sentimento, mas não somos hábeis para sair impunes de tal contravenção.
  35. Estou com saudade do tempo que tinha você pela metade. Está difícil se contentar com um quarto.
  36. É possível gostar de ser desacreditado.
  37. Ao menos faço chorar pelas emoções implícitas em minhas palavras, e não pela estupidez de minhas atitudes.
  38. Por vezes somos obrigados a disfarçar o melhor sentimento, facilmente, como se ele não existisse.
  39. Quando a indefinição é constante, considere-a como a realidade.
  40. Quem é mais doido: quem teve e perdeu ou quem nunca achou e quer encontrar?
  41. A vida nunca é do jeito que a gente imaginou, ela sempre faz questão de ser surpreendente.
  42. Um pouco de desmedida para aprender o que é o comedimento.
  43. Eu não passo pelas estações, as estações passam por mim.
  44. Na arquibancada da vida ninguém tem cadeira cativa.
  45. Eu não explico, mostro como foi explicado.
  46. Minhas lágrimas não escorrem para baixo, e sim para trás. Choro porque estou em movimento.
  47. Não dar respostas é uma forma de responder perguntas.
  48. O efeito não necessariamente permite o acesso a causa. No desespero evidente, nem todos identificam ao que se deve este estado.
  49. Adoro o apelido usado por uma única pessoa. Faz meu existir para ela precisar de outro nome.
  50. A despretensão pode esconder o nascimento de uma grande construção.
  51. Primeiro queira ser feliz com pouco.
  52. É repensando que se faz analogias e comparações.
  53. As perspectivas e as dificuldades são como o sol e a lua, se alternam e desenham no céu o sentido da vida.
  54. Ao final do dia noto que meu rosto está empoeirado.
  55. Por vezes somos obrigados a disfarçar o melhor sentimento, facilmente, como se ele não existisse.
  56. A bagunça se faz necessária para aditar valor à reorganização.
  57. A sua justificativa para a situação não muda o que eu estou sentindo.
  58. O final é uma formalidade cujo evento costumamos adiar ou evitar.
  59. O vento escancara ou bate a porta porque ele precisa passar.
  60. Eu faço, insisto e persisto. Depois, simplesmente desisto.
  61. Ela quer convencer a escola de que não existe um problema, que você como psicólogo acha que existe.
  62. Não é se expor para se tornar amigo dela, mas tolerar o desconforto para que a presença dela se torne indiferente.
  63. Motivação é o contrário da procrastinação. É fazer hoje o que poderia ser feito amanhã. É trocar a desistência temporária pelo ímpeto da realização. E fazer com excelência desde o mais simples até o mais complexo.
  64. Adoro que me ensinem, mas não admito que o Word me corrija! Aforismo criado em cima da clássica frase de Winston Churchill: "Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem".
  65. Aprendi em casa que uma relação precisa ser constituída no amor. Aprendi com a vida que um amor precisa ser construído em cima da verdade.
  66. A certeza torna-se absoluta à medida que não fica obsoleta.
  67. As árvores que crescem mais alto são as que não se importam em depender do arrimo.
  68. Algumas pessoas despertam o meu lado psicopata. Ultimamente elas tem se multiplicado.
  69. Não é possível se comunicar apenas nas entrelinhas.
  70. Na mesma medida em que me dou, eu cobro.