sábado, 19 de maio de 2018

Apoderar-se do Seu Próprio Poder

"Apoderar-se do seu próprio poder!"
Tinta Acrílica sobre Painel de Augusto Amato Neto.



Apoderar-se do seu próprio poder significa usar aquilo que temos de melhor a favor de nós mesmos e dos outros. É utilizar as competências que nos diferenciam dos demais, aquelas habilidades que nos tornam únicos.

Apoderar-se do seu próprio poder é arriscar, ousar, surpreender. É descobrir que o atrevimento da tentativa é muito mais nobre do que a indiferença da passividade.

Apoderar-se do seu próprio poder não é usar o poder que vem junto com o lugar que você ocupa na sociedade para coagir e para humilhar.

Apoderar-se do seu próprio poder não é usar o seu status para mandar. Não é crescer em cima da fragilidade do outro. Não é ser autoritário, arrogante, prepotente.

Apoderar-se do seu próprio poder é ser reconhecido pelo que se tem de bom ao invés de ser conhecido pelo que lhe sobra de mal.

Apoderar-se do seu próprio poder é ser dono de si mesmo a partir do autoconhecimento, é ser amigo dos seus defeitos para que eles não trabalhem mais do que suas qualidades.

Apoderar-se do seu próprio poder é não ter medo de dar certo, de expandir, de assumir mais responsabilidades. Não é abraçar o mundo, e sim se jogar sem medo na vida.

Apoderar-se do seu próprio poder é tomar posse do “Eu posso!”. É não se acovardar diante do “eu quero!”. É persistir na busca do que lhe tem valor, sem desistir diante de dificuldades. Apoderar-se do seu próprio poder é alcançar onde parecia impossível tocar.

Apoderar-se do seu próprio poder é algo que se aprende. Ninguém nasce sabendo do que se é capaz até que algo ou alguém mostre ou reconheça. Primeiro é preciso descobrir para depois se sentir dono de suas próprias possibilidades.

Apoderar-se do seu próprio poder vale a pena pois ninguém é capaz de tirar isso de você. Dinheiro se ganha e se perde, propriedades passam de mãos em mãos, cargos nunca são eternos. Potencial nunca se perde, já que ninguém tira, e nem nunca acaba, pois é inesgotável. Está sempre disponível para ser utilizado. Em uma infinidade de possibilidades.

Aquele que se apoderou do seu próprio poder deixa marcas que o tempo não apaga.

 UM CAFÉ E A CONTA!
| O que você tem e ainda não tomou posse?


Publicado no Jornal Democrata, coluna Crônicas de Padaria, caderno Dois, 19/05/2018, Edição Nº 1512.

sábado, 5 de maio de 2018

Treinando a Empatia

Arte de Weberson Santiago



Uma das habilidades mais importantes que um ser humano pode ter é a empatia. Todo mundo já ouviu falar essa palavra pelo menos uma vez, mas eu acredito que na prática conseguimos experimentar pouco o exercício dessa habilidade.

A definição mais comum de empatia é como a capacidade de se colocar no lugar do outro. Por isso as pessoas confundem muito a empatia com simpatia. Ser simpático é compreender o que o outro sente. Ter simpatia é ter afinidades com alguém e se sentir espontaneamente atraído a interagir com essa pessoa.

Quando digo que o fulano é simpático, estou descrevendo que o fulano gera em mim um bom sentimento é por isso eu tenho disposição para me aproximar do fulano, mas isso não significa que o fulano e eu sejamos empáticos.

Por conta da definição confundimos empatia com sensibilidade. Sensibilizar-se é quando eu compreendo o que o outro sente e faço alguma coisa para amenizar a sua situação. Agir com base nos sentimentos de pena não é empatia, é compaixão. Ajudar alguém que sofre é solidariedade, e não empatia.

Empatia é fazer o exercício de experienciar o lugar do outro. Não é entender como o outro se sente, é se imaginar de forma efetiva nas condições em que o outro se encontra, tendo como contexto a história de vida do outro.

Por isso é tão difícil desenvolver a habilidade da empatia. É difícil porque a habilidade é complexa e exige muito esforço. O esforço de desprender-se de si mesmo a cada vez que tendemos a enxergar o outro sobre o nosso próprio ponto de vista. Cada vez que você percebe que está utilizando as lentes da sua história para compreender o outro, você deve se esforçar para entender do ponto de vista do outro.

Desistimos antes de nos aproximamos do comportamento empático porque dá muito trabalho. Ficamos com preguiça de tentar de novo, e de novo e de novo. Nos contentamos com simpatia e com a compaixão, que também são sentimentos importantes na vida social, mas não são nem de longe a empatia.

Se você quer treinar a sua habilidade de empatia para que consiga se relacionar melhor com as pessoas, faça os seguintes exercícios:

1. Escolha uma pessoa que você admira e pense em como você se sentiria tendo a vida dela. O trabalho, a família, as responsabilidades, os prazeres, os medos, etc. Se perceber que está voltando a pensar como se fosse você mesmo ao invés da pessoa escolhida, gentilmente volte a buscar pensar como se fosse a pessoa. Avance aos poucos pelas diferentes áreas da vida dessa pessoa. Se o exercício se tornar cansativo, retome-o em outro momento.

2. Escolha uma pessoa que vem lhe incomodando e faça o mesmo.

O segundo exercício é um desafio maior que o primeiro, já que quando a pessoa desperta fortes sentimentos negativos em nós fica mais difícil deixá-los de lado para conseguir experienciar o lugar dela no mundo.

O desafio vale a pena: quando você conseguir ocupar de fato o lugar dessa pessoa em pensamento, talvez ela não seja mais tão incômoda para você.

 UM CAFÉ E A CONTA!
| Treinar a empatia é como fazer Pilates na parte psicológica.
Publicado no Jornal Democrata, coluna Crônicas de Padaria, caderno Dois, 05/05/2018, Edição Nº 1510.