O trinco da fechadura não encaixava no seu respectivo buraco no batente. A porta estava totalmente vulnerável, qualquer vento era capaz de levá-la. E sem chave para trancar. Diferentemente da outra, chegava a fechar, mas não com o trinco. Alguns excessos de tinta estavam atrapalhando o encaixe. Lixa, estilete e furadeira foram necessários para remover as camadas de tinta indesejadas em pontos específicos. Agora o trinco se encaixa, mantendo-a fechada quando necessário.
Por mais boa vontade que se tenha, ela continuará sendo uma porta sem chave. Talvez precisem trocá-la por uma com chave, ou trocam a fechadura ou toda a porta. Trocar de fechadura para uma porta é o equivalente a um transplante de coração. Há risco de rejeição e de óbito, mas reza-se para dar certo.
Que satisfação em ver que as portas podem ser fechadas! E abertas!
02.01.2010
2 comentários:
Podemos pensar na porta como um símbolo civilizatório ligado à estética, segurança e noção de propriedade. Na vida, metaforizamos a porta como oportunidades que se abrem e fecham conforme os ventos, as estações e os humores do ano. Talvez, o pensamento mais artístico sobre a porta venha a ser aquele que imagina a arte de fechar portas sem batê-las, ou de batê-las sem fechar, se bem que esta alternativa é mais arriscada. Afinal, nunca se sabe quando precisaremos abri-la de novo, e bantendo-a, podemos travá-la
Meu amigo,
Simbolicamente as portas e janelas representam a abertura que temos para lidar com o externo, sejam pessoas ou situações. Aqui, o sentido é a relação humana representada nessa metáfora da porta e batente.
A inspiração veio a partir do conserto das duas portas do consultório novo que não fechavam.
Raiva, força e porta são coisas que não combinam!
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