domingo, 14 de junho de 2009

Politicamente, Economicamente e Correto

Não. Não quero falar sobre isso. Qual a razão para falar sobre qualquer um destes assuntos? Porque andam sendo repetidos à exaustão? Mas se eu for dizer quais são, não daria a mesma evidência dos que discorrem como se fossem especialistas? Vou correr o risco.

Começo com uma das mais repetidas: a crise. Existem ditos que de tanto repetidos, se tornam verdade indiscutível. Essa crise tem uma boa dose de falácia. Mesmo nós brasileiros, que na década de 1990 entupimos nossas casas de objetos fosforescentes, imitando os americanos, acreditávamos que essa hegemonia político-econômica seria eterna? Duvido. Não quero discutir aqui o episódio que marca o fim de uma era na história das organizações mundiais: a falência da montadora de carros. Episódio emblemático para os americanos, que vêem sua fábrica de liberdade falindo e a situação econômica não permitindo o consumo desenfreado ou financiamentos sem fim. Mas isso é uma questão deles, para com eles mesmos. Obviamente, em uma economia mundial dita aberta, há repercussão no nosso país, mas não o suficiente para tamanho estardalhaço ou alarme populacional. Quando as pessoas vão entender que economia totalmente estável é utopia e seria um assassinato a criatividade?

Para rechear a lista: gripe suína. Sim, pois não adianta substituir o “suína” do nome por algumas letras e números que ela já é responsabilidade do pobre porco, que nunca foi bem visto por rolar na lama e não se importar com o mal cheiro, agora vê seu nome ligado a essa tal gripe. Alguém pode me dizer qual a razão para divulgarem tanto o alastre da “nova doença”? Eu lá tenho cara de sanitarista ou de criador de vacinas? Afinal, o que pode fazer um brasileiro qualquer nessa história? Nada! Mas, cá entre nós, não é de se estranhar este comportamento jornalístico que também costuma evidenciar os desabrigados das enchentes do Sul e fingir que isso não aconteceu no Norte/Nordeste. Aliás, apenas com esse bombardeamento desnecessário que político vira dono de loja de roupas a R$ 1,99, desviadas das doações de outras regiões para o pessoal “lá de baixo”, enquanto os “lá de cima” esperam ajuda.

Para fechar um assunto recente delicado: o embate entre professores, estudantes e funcionários e a Polícia Militar na Universidade de São Paulo. Dois lados dessa história. De um, estudantes com direitos e deveres nem sempre cumpridos, com asco da situação envolvendo guardas armadas e cidadãos, resquício da tenebrosa ditadura militar. De outro, a Universidade e seu jogo político, inerente a qualquer instituição, que por resquícios da era catedrática recorre ao autoritarismo ao invés de exercer apenas sua autoridade. O que me cansa nessa história é, como pós-graduando desta Universidade, ter que assistir aos discursos equivocados de colegas, que não se contentam em encher as listas de e-mail com suas opiniões, mas que acabam discordando entre si, desdobrando ainda mais a história e saindo do foco principal. Tudo isso é realmente preciso? Não. Mas vai pedir para deixar de receber os benditos e-mails: aí a discussão vai pro lado da alienação dos alunos com relação a questões importantes e a repressão deixa de ser da polícia e passa a ser interna, dos próprios colegas.

Depois de expor tais argumentos, preciso dizer que ser politicamente correto é chato. Sou a favor do respeito, individual ou coletivo.

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