segunda-feira, 2 de março de 2009

As escolhas e suas consequências

Trago uma redação que fiz durante o 3º colegial, em 2000. Ela recebeu nota máxima em todos os quesitos: tema, texto, modalidade, coerência e coesão. Uma nota é uma avaliação arbitrária, sobretudo em relação a um texto, mas me recordo que a professora costumava economizar pontos nas correções.
Tem alguns conceitos psicológicos, embora não tivesse contato com a área quando a escrevi. Muitas das opiniões que coloco neste texto mudaram, acho algumas afirmações um tanto quanto radicais, não me recordava de alguns pontos de vista até reler o texto para publicá-lo no Observatório. Sobre isso, escreveu Nietzsche: "A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez". 

As escolhas e suas conseqüências

Viver é uma escolha. Ambos os sentidos dessa frase são verdadeiros: pode-se acabar com a vida morrendo e durante o período entre o nascimento e a morte surgem várias situações em que duas ou mais saídas são apresentadas, os novos caminhos a serem escolhidos.

As circunstâncias das escolhas são as mais variadas, algumas têm conseqüências mais simples enquanto outras têm mais complexas. A partir das conseqüências é que deve se tomar a real decisão. Esse é o problema que está levando o mundo ao caos no qual se encontra. Não é simples levar em conta no que culminará uma decisão. Nota-se que quanto maior o grau de instrução de uma pessoa, maior a chance da decisão tomada ser a melhor possível. Como o grau de instrução da maior parte da população brasileira é baixo, as pessoas tomam decisões precipitadas e sem levar em conta as conseqüências.

Além das situações em que a escolha é responsabilidade da pessoa, existem situações que fogem do controle opcional. O indivíduo que não tem oportunidade de ter educação, o que é de direito de qualquer cidadão e falta aos brasileiros, tende a não tomar as decisões mais corretas, podendo arriscar sua vida por isso. Considerando o derrotismo e o sofrimento de uma falta de emprego e de não poder dar o melhor para os filhos, o pai pode desesperar-se e passar a praticar crimes para conseguir dinheiro. Enfim, todas más escolhas dependem de uma série de acontecimentos precedentes na vida e que muitas vezes não deve-se a culpa a esses indivíduos. Se os acordos que existem entre os seres humanos fossem cumpridos, principalmente no que diz respeito aos governantes, a situação sem dúvida melhoraria.

Outro fator que interfere ultimamente nas escolhas, é a transformação do que é cultural em natural. As coisas consideradas erradas passam a ser aceitas como certas. A busca desenfreada de estar a frente das outras pessoas monetariamente, o racismo, os preconceitos e outras situações foram criadas pela cultura e são consideradas naturais.

Falta bom senso para saber pensar nas conseqüências e falta força de vontade para lutar a favor de suas necessidades. Se não são fornecidas as menores condições para sua sobrevivência, se é de direito e não se recebe, deve-se tomar a decisão de lutar a favor dos seus direitos ou suprir essa falta com muita força de vontade e com muito trabalho.

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