sábado, 15 de julho de 2017

Pegadinhas dos Meus Avós

Arte de Weberson Santiago




A família da minha avó paterna, Rosa, sempre foi muito divertida. Eles gostavam de fazer brincadeiras e pregar peças nos familiares.

Era uma tarde qualquer no início dos anos 90 quando a Tia Joana, irmã da minha avó, chamou minha mãe no telefone e falou pra passarmos da casa dela porque ela tinha algo para nós. Meu pai tinha uma Chevrolet Chevy 500, meus dois irmãos mais novos e eu íamos na carroceria. Ele chegou do trabalho, todos entraram no carro e fomos até lá.

Ao chegar na casa da Tia Joana, foi só dar uma buzinada e ela saiu com uma travessa cheia de pasteis. Nós nem descemos do “tomóve”, como ela se referia a um carro, e ficamos ali na porta, em cima da caminhonete, comendo pastel e jogando conversa fora. Já tinha comido dois, quando peguei um terceiro. Era o maior de todos. Na primeira mordida, todos caíram na risada. Não deu nem tempo de mastigar, mas o pastel estava cheio de algodão. Era uma pegadinha para pegar o guloso, que seria atraído pelo maior dos pasteis. A brincadeira do pastel recheado de algodão era uma tradição familiar. Todas as mulheres da família faziam.

Uma vez, passeando em Santos, meus avós passaram por uma casa que vendia apetrechos de mágica. Curiosos, entraram para conhecer e descobriram que ali eram vendidas objetos de brincadeiras e levaram algumas coisas.

Um dia, meus pais nos deixaram na casa dos meus avós porque tinham um compromisso noturno. Ao chegar, minha avó falou pra levarmos a mochila pro quarto onde dormiríamos. Ao chegar lá, tinha um belo de um cocô em formato do sorvete da casquinha do McDonalds. Nós não entendemos nada porque na casa deles nem tinha cachorro. Ela caiu na risada. O cocô era de plástico.

Já o meu avô, tinha um apito de gato que ficava escondido dentro da boca e ele adorava fazer os netos mais novos procurarem o suposto gato que miava pelos jardins ou embaixo dos móveis da casa. Tem uma fita VHS com o meu irmão Caio se jogando no chão a procura do gato.

Minha avó materna, Malvina, já não era de preparar brincadeiras, mas foi responsável por uma das cenas mais divertidas da minha infância. Um dia meus pais nos deixaram na casa dela para sair a noite. Nem desceram do carro. Nós três paramos na porta, cheio de sacolas,  tocamos a campainha e quando ela abriu a porta, sua saia caiu e ela ficou só com o saiote que estava por baixo. Nós três caímos na risada e ela também. Parecia ter sido planejado e ensaiado, pois a porta abriu e um segundo depois a saia caiu.

A vida fica mais leve quando a gente brinca e se diverte.

  UM CAFÉ E A CONTA!
| Busque alternar momentos de tensão com momentos de leveza. Faça alguém sorrir.

Publicado no Jornal Democrata, coluna Crônicas de Padaria, caderno Dois, 15/07/2017, Edição Nº 1468.

2 comentários:

Tania Magro Fogarin disse...

Augusto esta ultima fornada está um show...parabéns!!!

Augusto Amato Neto disse...

Obrigado, Tania!