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Arte de Weberson Santiago |
Quando a vida nos apresenta a
desestruturação de algo que vinha fazendo parte de nossa rotina, costumamos ser
tomados por diferentes sentimentos negativos: aborrecimento pelo surgimento de
um problema, raiva por sermos retirados de uma situação aparentemente confortável,
medo do que virá, incerteza do futuro, insegurança com a mudança, entre outros.
Só que esse mar de sentimentos não acontece
de uma só vez e de cara. Primeiro somos estimulados a agir para resolver o
problema. Os efeitos emocionais, embora possam surgir em alguns momentos da
jornada da resolução, costumam vir à tona após o problema ter chegado ao fim.
Não que não tenhamos sentimentos enquanto
estamos em um processo de mudança, mas só conseguimos olhar para eles quando
paramos.
Mudar não é fácil. Parece que vai contra
nossa tendência a preferir o conforto da estabilidade. Ao mesmo tempo em que
encaramos uma mudança, tentamos abafar as emoções decorrentes dela como se isso
fosse uma forma de passar bem pela mudança.
Na verdade, só se supera uma mudança e se
aceita uma nova condição de vida quem encara e compreende os próprios
sentimentos.
Se sofremos ao encarar o que era preciso
mudar e durante o processo de mudança, o tempo revela que a mudança era a
melhor coisa que poderia ter acontecido.
Ganhamos uma perspectiva quando superamos
as dificuldades de mudar e os obstáculos presentes no processo de mudança.
Mudar é perder um pouco da estrutura. É
como perder um pedaço do chão debaixo dos pés. Por isso é natural a sensação de
medo da queda e o frio na barriga de perder o apoio e encarar a queda livre.
Desequilibrar é necessário para buscar
retomar o equilíbrio. Cair é necessário para aprender a se levantar, a se
reerguer.
Se só damos valor ao que perdemos,
aprendemos a valorizar o que reconstruímos na nossa vida a partir da mudança.
| Completo 200 crônicas em 7 anos nesta coluna. Obrigado a você que
visita sempre esta padaria em forma de coluna. É pra você que eu escrevo! Obrigado
Democrata pelo espaço.
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Publicado no Jornal Democrata, coluna Crônicas de Padaria, caderno Dois, 28/07/2018, Edição Nº 1522.